Boas-Vindas!

A janela tá aberta, a casa é sua, pode morar.

domingo, 13 de março de 2011

Lições aprendidas em Barcelona a 23/12/2010

1) Anos e anos de prática foram necessários até que aquele homem aprendesse a fazer ressoar seu canto de dentro do buraco em que se meteu, encantando todos os de fora.

2) Igrejas de chocolate com cobertura de glacê.

3) Manter-se vivo é instintivo, apreciar a vida não é.

4) O gesto humilde que desaprendemos, ele nos reensinou:
- Olá, meu nome é Radjet e o seu? Como estás?
Por receio da arrogância alheia, acabamos sendo arrogantes primeiro. Um simples gesto instaurou naturalmente a conversa e o mal-estar que pairava sumiu-se de repente. Sim, foram palavras mágicas.

As Andorinhas - Cassiano Ricardo

Nos fios tensos Da pauta de metal

As Andorinhas GRITAM Por falta de uma clave


de sol

quarta-feira, 2 de março de 2011

Por que você precisa assistir esse video?

A música é tão simples como poderia ser, e ainda assim (ou por isso mesmo) perfeita

o menino tem uma pureza a que todos deveriam almejar

Mas o que não consigo deixar de pensar é que o cantor parece a versão Rastafari do Marcelo Camelo

Confira se estou mentindo:



Natal, 18/08/2009

Vou construir
Um difícil edifício
Tijolos recobertos com ambiguidade
Vigas que condenam a estrutura
Ao duro das coisas
Que não dançam

Um prédio, uma coisa, sem remédio
Mas assim, dúbio, será sim
Redentor, perdição, um trampolim
Da fachada sobre o nada ainda azul
Idéia meio coisa
Com gosto de pensamento

terça-feira, 1 de março de 2011

BATALHA DOS DESEJOS


Chega um momento em que já não se pode mais fugir. De nada, de ninguém, nem de si mesmo. A vida apresenta-se fulminante como um imperativo: tome posse. E vem já toda esfacelada, rica em cicatrizes e problemas insolúveis. E você repete seu costumeiro não, mas a urgência é grande. Perdido em um esconderijo qualquer de sua mente, você ouve o chamado insistente que perturba sua mais confortável evasão. Mas o que é que ela tanto quer? Que tem você a ver com tudo isso? Será que é só a Força em sua disparada adoidada? Quem é que lhe poderá achar um vestígio de coerência? E você ali parado em meio a tanta indecisão, já perdida a fé e o ceticismo, quer agir só pra ver o que acontece, quer sangrar só pra tingir o corpo de uma cor nova, que não seja o cinza envelhecido. Venha meu garoto, vá, não tenha medo. Há em seu peito uma semente regada a fogo, que não quer nada além de crescer, crescer até florir, florir e finalmente na morte achar a paz que você, ingênuo, cuidava achar em meio à batalha dos desejos.


Razão versus Caos

Vislumbrei hoje a imagem do homem sentado sobre uma rolha que tampa a cratera de um vulcão, suportando uma enorme pressão. A rolha representa a razão e a alegria, a ordem. A lava do vulcão que pressiona é a tristeza, o caos e, em última análise, a morte. Baseado nessa imagem compus um poema que me ajudou a superar o dia de hoje. Ei-lo:

O que é que há? Não há o que dizer, ãh? O enxame de palavras inúteis só fere a consciência. Pregos, abelhas, pressão, morcegos, atabalhoadamente, batem, não, clausura, amargo, noite, escurescer, fatal, fome, só, pó, olhos, perder, ceguissimamente, mais, mais, outro, outro, igual. Só resta então rir e chorar, dormir e acordar, comer e cagar. Mas não, não! Absurdo! É preciso falar:
Oh sorte que nos damos a nós próprios
Oxalá essas eternas geleiras enfim movam-se
Oh vulcões extintos, colossos de vida armazenada,
Jorrai sobre nós o vosso inferno, que uma vez mais
Seremos água, rios, tempestades a bailar com a luz do raio