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A janela tá aberta, a casa é sua, pode morar.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Da Beleza

Não canso de me surpreender
Nem descanso sem achar razão.
Tanta beleza não há de ser em vão.
Tampouco o serão as mortes que morri.
A sorte que me fez mil vezes cair,
Inspire-me os erros q’inda hei de cometer.

Muitos atrevem-se a explicar,
Outros ocupam-se em não reparar.
Quem suportará um dia tão azul?
Com sol rodando n’alma sombria,
Girassol da Terra trespassando a linha,
E co’a dor estendida de norte a sul?

Estranha criatura esta que pergunta:
Por que é assim cheirosa a chuva?
É mesmo necessário, oh Sol – ao te pores
Que leves em teu calvário as minhas dores?
E as cores que esconde da noite a dama,
Serão uma aquarela que só a quem ama se revela?

Beleza ‘inda há de achar por esta Terra
Aquele que não erra embriagado de certeza,
Mas que tendo a alma desgraçada de poesia,
Dedique seus dias a uma procura sincera,
Que lhe incute no peito a chama d’Ironia
Ao enfado desta vida dar ainda mais beleza.

2 comentários:

  1. Ô preto, essa não conhecia...
    A mais linda de todas que achei...

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  2. A cada dia que te conheço, descubro um pedacinho a mais de você. E a cada desvendar, um novo olhar de curiosidade, admiração e desejo que me faz sentir encantada com a beleza e sensibilidade de sua alma generosa.

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