O dia em que esquecerei meu nome
Vou gritar impropérios nas repartições
Vou jogar dinheiro pro alto pelas praças
Vou indo vou indo vou indo... lindo
Um dia eu acordo sem nome
Serei mais sincero que uma árvore
Serei mais simples que uma estrela, só luz
Serei puro puro puro, sem nada a dizer sobre espelhos
Outro dia (que sorte!) perdi meu nome
Perdi, fiquei sem legado, sem crimes, pelado
Perdi a vergonha, as pessoas na rua debalde me chamavam
Estava solto, suspenso, vazio&livre livre livre&sagrado
Mas amanhã fatalmente voltarei a dormir e de repente
Me chamarei Antônio e Lurdes e Lázaro
Um torrão de sal que separou-se do mar azul
E morreu dissolvido para o agrado das bocas dos homens
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