
Que aprendeu que deve-se sempre mentir a morte
Numa procura constante pelo êxtase
(Mas não a transcendência, sim o êxtase de papel)´
Torna-se estranho o que é de fato o mais comum
O caminho do meio, o sertão nosso de cada dia
A calma vazia de uma tarde sem palavras
O olhar vago, ensimesmado no silêncio da carne
Deixar-se estar, sem ser triste nem alegre
Silêncio, deixem-nos dormir!
Amanhã já chega a hora e ambos recomeçam a dança
Na batida de um tambor
Na partida de um amor
Ainda havemos de contorcer o semblante
Pois, ainda que na ponta d'um espinho,
Encontrou-se o equilíbrio por um instante